SOB CUSTÓDIA - Venezuela para os Americanos

15/04/2013 22:13


Não é de hoje que o Governo americano elege como uma das prioridades ficar com os olhos bem abertos para o que acontece politicamente na América que não fala inglês.

Desde a famosa Doutrina Monroe, que pregava a “América para os americanos” e que defendia a não intervenção europeia em solos americanos, até a participação política direta nos diversos golpes militares que ocorreram na América latina no século XX, os Estados Unidos
observam seus coirmãos com atenção e interesse.

Obviamente que o discurso sobre o bem-estar das nações irmãs ou do progresso unido é apenas balela, conversa para boi dormir. Os Estados Unidos estão interessados na América Latina pelo mesmo motivo que o colonizador europeu um dia esteve: Lucrar. Se não na forma
de colônias, transformando estas nações em completas dependentes do mercado americano.

Nos dias atuais, porém, os Estados Unidos, ainda que de influência muito forte, viram o poder de domínio ideológico que possuíam rivalizar diretamente com outra corrente de pensamentos, nascida de dentro da própria América. O nacionalismo peronista e varguista agora assume um caráter um tanto diferente, mas fundamentado na mesma base, o populismo.

As Repúblicas bolivarianas - em especial a Venezuela de Chávez - tornaram-se organizações políticas onde o partidarismo de esquerda misturou-se com o Governo e pouco se diferencia nação de partido. Chávez abraçou os pobres e baseou sua popularidade em “missões” de ajuda ao povo venezuelano carente.

Agora, porém, Chávez está morto e as eleições correram aparentemente de forma normal. Maduro venceu por uma diferença inferior a 1%. É de se esperar, portanto que o governo americano pressione a Venezuela para uma recontagem dos votos, enquanto por debaixo dos panos os Estados Unidos possam estar arquitentando o fim definitivo do bolivarianismo venezuelano.

Neste século, este é talvez o momento onde os Estados Unidos mais vão intervir na política latino americana. É o momento de Obama voltar a ter domínio absoluto sobre os procedimentos venezuelanos e, é claro, sobre o precioso petróleo produzido por tal país.

É hora dos políticos deixarem o terreno arrumado, para que as empresas multinacionais oriundas dos Estados Unidos e exploradoras de petróleo substituam as sucateadas e decadentes petrolíferas nacionais chavistas.

O imbróglio envolvendo Coreia do Sul e Coreia do Norte pode servir como uma cortina, para que os olhos do mundo estejam voltados para o lado errado da política externa do tio Sam. Enquanto o doidão de Pyongyang faz maravilhosas descobertas no mundo da internet discada
e do disquete, os norte-americanos aproveitam para supervalorizar o acontecido.

Ações importantes vêm aí. Os americanos tentarão voltar a ter o domínio ideológico absoluto do Continente. Se Maduro vai aguentar? É esperar para ver.