SOB CUSTÓDIA - Um melancólico fim

02/05/2013 09:20


Não é de hoje que a FIFA, instituição maior do futebol, vem sofrendo constantes acusações sobre corrupção interna de seus membros mais antigos. A CBF, a Conmebol, a AFA e demais entidades que comandam o futebol sul-americano também sofrem  constantemente com acusações de falta de transparência.

Demorou, mas o dia do julgamento chegou. Após investigações acirradas sobre o passado fiscal da FIFA e de seus dirigentes principais, constatou-se finalmente a culpa de alguns dos nomes mais influentes da história do esporte.

Havelange, Leoz e Teixeira, ex-presidentes, respectivamente de FIFA, Conmebol e CBF, tiveram participação comprovada em esquema de corrupção que envolveu a ISL (empresa de marketing esportivo) em uma série de favorecimentos ilícitos durante a Copa do Mundo de 2002.

É bom salientar que, até o presente momento, a FIFA, a CBF e a Conmebol nunca tiveram participação provada - e nem ao menos ventilada - em corrupção de resultados. O que é menos mal, pois o esporte perde completamente o sentido, quando o resultado final já está pré-estabelecido. Logo, o que perde a credibilidade não é o futebol, eterno esporte Rei, mas sim as entidades que o comandam.

A tristeza fica apenas por conta dos acusados. Havelange, 96, é hoje um senhor de idade que manchou para sempre o nome de sua família. Presidente da FIFA de 1974 a 1998 e presidente de honra da entidade desde então, renunciou na surdina sua posição honorífica, evitando maiores punições e vexação pública.

Teixeira e Leoz, que subitamente renunciaram aos impérios que construíram com a CBF e Conmebol, respectivamente, também são culpados por receber propina, fortunas de valor estratosférico.

Ao que parece, uma luz de transparência parece ter se acendido na FIFA. A verdade demorou a surgir, mas surgiu. E não importa se Havelange, Teixeira e Leoz transformaram as instituições que presidiam em superpotências econômicas. Ao transformar eles próprios em magnatas, toda a reputação construída está agora no lixo, junto à podridão de outros inúmeros culpados por corrupção.

Um fim melancólico para três senhores de idade, certamente apaixonados por futebol. Se meus leitores permitem o chavão, eles estão colhendo o que plantaram. De forma amarga.