SOB CUSTÓDIA - Sí, sí! El Papa es nuestro!

17/03/2013 17:36

 

Um clima de suspense rondou o Vaticano após algumas votações frustradas. A fumaça branca só saiu depois de algumas rodadas em vão. O mundo católico em peso estava prestando atenção, em especial o Brasil. A ideia de um Papa brasileiro fez com que muitos fiéis ficassem ansiosos, animados.

A escolha de Dom Odilo Scherer para o nosso país seria um fato marcante. Muitas comemorações aconteceriam. As festas juninas deste ano seriam ainda maiores. Não seria exagero se a data virasse feriado. Contra a constituição, pois somos um país laico? Ok, agora pare de comemorar o Natal e de dar ovos de chocolate aos seus filhos na Páscoa. Apesar de sedutora, a discussão não é esta, e se nosso país é hipócrita ou não, fica para uma próxima crônica.

Qual seria a discussão, então? A frustração do povo brasileiro com e eleição de um Papa argentino? O que acontecerá agora com o mundo sob os olhos de Francisco?

Muitos pontos de vista estão sendo agora discutidos em todo canto. Um Papa latino-americano servirá para renovar a fé católica das nacionalidades que formam este grupo. Os templos evangélicos estão crescendo absurdamente em número e poderio nos últimos anos. É hora, portanto, da igreja lançar mão de uma contrarreforma edição 2.0. O processo está em curso.

Agora, o que efetivamente vai mudar em sua vida? Absolutamente nada. Você seguirá trabalhando, lutando, sofrendo. Sua carga horária de trabalho não vai ser reduzida um minutinho sequer. Se você estiver em alguma religião, seguirá pagando o dízimo. Se não estiver, “só” terá então os impostos oficiais do Estado para pagar.

A igreja católica já foi mais poderosa, assim como todos já pensaram um dia que a Terra era achatada e que éramos o centro do universo. As coisas mudaram e, entre elas, a força da igreja católica. Hoje ela não tem mais influência na vida prática de quase todos.

Que fazer agora? Apreciar o momento histórico. Para o grupo católico, oras, sintam-se orgulhosos, pois Brasil e Argentina são vizinhos e possuem costumes muito próximos. Sem nacionalismos ou bairrismos tolos. Para o grupo militante de outra religião, boa sorte com as investidas para tentar encontrar algum novo escândalo no seio da instituição romana — Acredito até que encontrem um ou outro. Para o grupo que pouco se importa, vida que segue.

Na verdade, vale para todos. O Papa é argentino? Vida que segue.