SOB CUSTÓDIA - Rio de Janeiro Violento. Novidade?

25/04/2013 23:22


Não é de hoje que as grandes capitais brasileiras sofrem com a violência. Basta analisarmos o que de melhor nosso cinema nacional produziu e veremos que a truculência da vida urbana sempre esteve presente na realidade brasileira.

Cidade dos Homens, Cidade de Deus, Tropa de Elite. Grandes produções, ótimas bilheterias, críticas sólidas. Os filmes que relatam o dia-a-dia do cidadão fluminense serviriam também para mostrar como é a vida do paulistano, do soteropolitano, do potiguar.

Passando do cinema para a vida real, nunca se falou tanto em violência como nos dias atuais. Crimes e mais crimes no Rio de Janeiro vem sendo noticiados por toda a imprensa. Estupros, assaltos, tiroteios, assassinatos. Violência com o turista, violência com o morador da zona sul. De vez em quando até deixam escapar um crime ou outro que tenha ocorrido no morro, com gente de poucos recursos.

O mais intrigante de tudo isso, é que desde que o Rio de Janeiro é Rio de Janeiro, crimes acontecem aos montes na cidade. Não apenas lá - é bom que se diga - mas em São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Manaus ou Natal. A violência é uma questão histórica das grandes cidades brasileiras. Mas então porque toda esta exposição logo agora, se sempre tivemos tais problemas?

As respostas podem variar. Dados malucos podem ser apresentados, justificando a maior exposição com um aumento do número de armas vendidas nos morros cariocas nos últimos seis meses, ou coisa do tipo. Pode ser também uma resposta humanitária, alegando que sempre a partida de um ser humano deve ser lamentada. Ainda podem dizer que o Brasil é um país em franco desenvolvimento e que não deve aceitar tais violências.

A verdade mesmo, é que as emissoras de TV possuem patrocinadores e estes patrocinadores, por uma coincidência que apenas Mãe Diná explicaria, também patrocinarão os grandes eventos esportivos que ocorrerão em solo carioca. Logo, é missão das emissoras denunciar as atrocidades que sempre ocorreram no Rio com mais intensidade, para que a sociedade se mobilize como um todo. A polícia cria um cordão de isolamento, os eventos são realizados com sucesso, os turistas são muito bem recebidos, as empresas envolvidas lucram e tudo acaba.

No mês seguinte, a violência volta mais forte e com mais ódio a destilar. Vinganças contra o cordão de isolamento recairão sobre a população pobre e as notícias param de ser veiculadas. Salvo é claro, se algo ocorrer com algum turista cheio da grana ou com alguém da própria cidade que possui recursos.

A matança continua implacável como sempre. A TV denuncia, se for do interesse dela. Depois deixa passar, cobre com panos quentes. Sempre foi assim.