SOB CUSTÓDIA - Quando surge o alviverde imponente...

21/03/2013 10:27

 

Quando um jovem presta vestibular para uma Universidade pública, geralmente ele espera que aquela prova ­— que tem a pretensão de em 180 questões julgar a capacidade do candidato  e definir seu futuro — seja o portão de entrada para a oportunidade desejada. Apesar deste senso relativamente comum, não foi o que pensou Fernando César Maioto, que, sem pretensões, escreveu trechos do hino palmeirense em sua redação do Enem.

É bem verdade que o candidato já havia passado em outro vestibular no meio do ano para o curso que ele gostaria e, portanto, uma nota zero não seria nada de desesperador. Mas acontece que a banca, palmeirense de carteirinha ou absolutamente relapsa, concedeu à redação de Fernando nota 500 de 1000.

A atitude de Fernando, apesar de divertidíssima, irreverente e sem nenhuma pretensão de evidenciar falhas, mostrou que chimpanzés corrigiriam a referida prova de maneira muito melhor do que a banca. A justificativa por uma nota tão alta é simplesmente ridícula.

"A coordenação pedagógica do exame, a cargo das professoras da Universidade de Brasília e doutoras em Linguística, Profa. Dra. Vilma Reche Corrêa e Profa. Dra. Maria Luiz Monteiro Sales Coroa, esclarece que os avaliadores identificaram a impertinência do texto inserido, o que trouxe para a redação palavras e expressões sem sentido e em estilo inadequado ao tipo textual exigido na prova. Com isso, a redação obteve nota 500, tendo nota baixa especialmente nas competências I e II. Desconsiderada a inserção inadequada, o texto tratou do tema sugerido e apresentou ideias e argumentos compatíveis. O texto indica compreensão da proposta da redação, não fugiu ao tema por completo e não feriu os direitos humanos."

Se de fato a justificativa é verdadeira e sincera, é hora de parar tudo. Falta muito bom senso no momento da correção. Não se pode em hipótese alguma dar uma nota tão alta para algo tão besta. Na redação deste ano, escreverei um poema de Camões e ai da banca se eles me derem menos de 600.

A validade do vestibular como maneira de selecionar os melhores já é discutida há tempos. Uma única prova determinar o futuro das pessoas sempre me pareceu uma imbecilidade sem tamanho. Símios menos evoluídos que os já assinalados chimpanzés vem ingressando nas faculdades públicas não é de hoje. Necessita de exemplos? Busque as notícias do que aconteceu nos últimos cinco anos de TUSCA em São Carlos. Dias atrás, oito “cidadãos” da USP aqui da cidade “moderna e humana” estupraram outro estudante dentro da Universidade. Esses dias, estava eu dando uma olhada nas notícias diárias e me deparo com uma mulher acorrentada, pintada de preto e com uma placa com os dizeres “caloura Chica da Silva”. Isso porque só estou citando três fatos. Uma pesquisa mais apurada renderia uma publicação do tamanho de “Os Sertões”.

Apesar de não ter a intenção, boa Fernando! Sua redação mostrou o quão sérias são as instituições de ensino deste país. Se continuar assim, vamos sempre ser a nação do amanhã. Mas com isso já estamos acostumados. Enquanto isso... avante Palestra!