SOB CUSTÓDIA - Não Adeus, Mas Até Logo

01/07/2013 23:38

 

Tentando me afastar da bipolaridade de notícias que a mídia brasileira se apegou, hoje discorrerei sobre um assunto de relevância mundial. Sobre um dos homens mais importantes do século XX e um dos ícones mundiais ao lado de Gandhi, quando o assunto é  liberdade.

É claro, não afastarei da página o clima de mudanças que o Brasil está vivendo. A primavera dos povos brasileiros continua cada vez mais forte e mais determinada a ver mudanças. Em um curto espaço de tempo, propostas que estavam engavetadas no congresso nacional foram votadas, algumas aprovadas, outras, como a famigerada PEC-37 foram reprovadas. Grandes vitórias de um povo que só está começando a mostrar sua insatisfação para seus “representantes”, que estão morrendo de medo.

Também não deixarei o futebol de lado. Apesar de todo o gasto público envolvido na Copa das Confederações, dentro de campo é a bola que rola. Fora dele, cabe aos amantes do futebol dissecar todos os jogos da competição.

Sem mais delongas, é hora de discorrer sobre Nelson Mandela, um dos maiores representantes da raça humana nos últimos dois séculos.

Internado desde o dia 8 de junho, devido a uma grave infecção pulmonar, o grande líder da luta contra o Apartheid parece estar sutilmente dizendo adeus ao mundo. Com seus 94 anos de luta, sofrimento e vitórias, o ex-presidente sul-africano deixará uma lacuna imensa na história da batalha por paz no mundo todo.

Um homem a frente de seu tempo, não merece apenas um texto após sua morte. A minha torcida é para que ele ultrapasse a barreira dos 100 e chegue até onde a medicina moderna consiga levá-lo. Entretanto, não podemos tentar maquiar o que está acontecendo com o senhor negro que revolucionou as coisas no extremo sul do continente africano. A hora de Mandela parece estar próxima. E é uma honra ter vivido 17 anos da minha vida habitando o mesmo planeta que este ser fenomenal.

Ganhador do Nobel da paz, primeiro presidente negro da África do Sul, grande mentor das lutas por igualdade racial nos nossos tempos modernos. A imponente figura do Príncipe Tribal que alcançou glórias inimagináveis, após cárcere de 27 anos.

A África do Sul te agradece desde sempre, Mandela. Nós brasileiros, resultados de uma grande mistura, também agradecemos sua luta pela igualdade. Uma pena que talvez você não veja o que o nosso povo está prestes a fazer. A revolução que se inicia por um Brasil melhor.

Que isto não seja um adeus, posto que torcemos por sua recuperação. Se caso o tempo for implacável, então que seja um até logo. Pois no final, nós, brancos e negros, temos o mesmo destino. Do jeito que você ensinou o mundo a crer.