SOB CUSTÓDIA - Crítica aos Críticos

19/04/2013 00:03

 

Virou uma modinha chata, meio incômoda, que todo mundo partilha sem querer. O ser humano ultimamente está adorando criticar a si mesmo. Parece-me que temos centenas de “Mahatmas Gandhis” espalhados pelo Mundo, todos muito certos de que suas opiniões e procedimentos são absolutamente incontestáveis e corretos.

Quantas vezes – só hoje – você viu alguém criticar a crueldade humana, o preconceito do homem e esta coisa toda? É comum agora cada pessoa do Mundo criticar todos ao redor por qualquer coisa.

E não estamos falando de críticos como Nietzsche, que, embasado nos melhores argumentos que conseguia colher, via na sociedade de sua época um povo decadente, fruto de uma história torpe. Estamos falando das pessoas que usam do senso comum, sem nenhum cuidado com o procedimento científico para criticar livremente.

Não pense, entretanto que estamos livres deste mal. Adoramos criticar também. Este texto mesmo aqui, é uma crítica. A questão é saber diferenciar críticas válidas e fundamentadas com o simples “achismo” popular.

O ser humano é um animal que deu certo sim, ao contrário do que dizem algumas pessoas de alto gabarito e influência no mundo virtual. Tanto demos certo, que somos capazes de feitos maravilhosos, que até então nenhum outro ser deste Planeta foi capaz de realizar. Somos racionais e aprendemos a substituir a força bruta pela inteligência e sagacidade. Fomos à lua, descobrimos novos continentes, aprendemos a registrar a história por meio da escrita.

O ponto a ser discutido é onde foi parar nossa humanidade. Evolutivamente, sempre fomos animais sociais, capazes de viver em grupos, dividir a produção e crescer uniformemente. Talvez a decadência dos homens começa ao analisar o modo de produção atual, que, além de ir de encontro aos interesses sociais dos homens, também é responsável cada vez mais por um isolamento das pessoas. Logo, a culpa da  crueldade não é de todos os homens, mas apenas de alguns, que controlam, dominam e sustentam o sistema que vivemos.

Não temos para onde correr, pois a queda do capitalismo está longe de acontecer. Um dia ela ocorre, pois as relações de exploração irão até o ponto limite, onde a mudança começa. Assim foi com o Egito Antigo, Roma, Europa Medieval e as Monarquias Nacionais.
Se não podemos fugir da opressão atual, podemos pelo menos amenizá-la. E isto passa por deixarmos de criticar em vão nós mesmos. Critiquemos o que é certo criticar e não opiniões que nos deixam infelizes. Se os argumentos não são suficientes para uma discussão racional, declare-se vencido, ou encontre argumentos melhores.

Não vamos perder nosso precioso tempo falando besteiras aos céus. Encontremos a lógica, a racionalidade e o processo científico. Salvemos nós mesmos da inutilidade. Ainda há tempo.