SÃO CARLOS - Alunos fazem enterro simbólico do curso de Medicina da UFSCar

25/04/2013 14:53

 

Fonte: Andrea de Castro e Mari Lemes/Portal K3

 

Simbolizando o funeral do curso de Medicina da UFSCar, vários estudantes protestaram contra o Ministério da Educação (MEC) na tarde desta quarta-feira (24) em frente à reitoria da universidade.

A manifestação foi mais um ato da greve dos alunos que se estende por mais de 40 dias.

“Independente da negociação do projeto para a contratação de preceptores que ainda não foi repassado (pela Prefeitura de São Carlos) para a Câmara Municipal, nosso manifesto é para cobrar a responsabilidade que o MEC tem que ter pelo nosso curso”, disse a aluna do 4º ano de Medicina Ana Flavia Marcelino Riceto.

Segundo ela, o ministério ainda não se manifestou sobre o caso. “O MEC abre novos cursos de Medicina no país sem  estrutura e sem responsabilidade de mantê-los”, afirmou a estudante.

Em nota, os alunos afirmam que não voltaram às aulas por causa da inviabilidade do estágio prático já que a preceptoria (orientação de médicos da rede municipal aos estudantes estagiários em atividades práticas) ainda não está garantida pela prefeitura e pela UFSCar. “Nosso curso foi aberto com o ideal de que poderíamos ser agentes transformadores positivos do SUS (Sistema Único de Saúde), no entanto, devido à extrema fragilidade de nossa implantação somos submetidos à baixa qualidade do sistema de saúde”, diz a nota.

Vestidos de preto, segurando cruzes com suas especialidades escritas e também com velas, os estudantes seguiram da rotatória em frente à UFSCar até a reitoria. Em frente ao prédio, enterraram as cruzes no gramado em forma de luto.

“É muito fácil pegar os sonhos dos alunos  e construir um curso sem estrutura. Então queremos que o MEC se responsabilize pelos cursos que abrem”, declarou a aluna Ana Flávia.

 

PREFEITURA

De acordo com a assessoria de imprensa da Prefeitura, o contrato sobre a preceptoria ainda não foi enviado à Câmara porque está no Departamento Jurídico, onde passa por modificações. Segundo a administração municipal, algumas leis não estão de acordo com a regularização das atividades de preceptoria.

Uma reunião para discutir o assunto foi realizada na sede da prefeitura nesta quarta-feira. Participaram do encontro uma comissão de alunos do curso, os vereadores Lineu Navarro (PT), Cidinha do Oncológico (PHS), Lucão Fernandes (PMDB) e Ditinho Matheus (PMDB), os secretários municipais Edilson Seraphim Abrantes (Saúde) e Helena Maria Cunha do Carmo Antunes (Administração e Gestão de Pessoal) e técnicos da Assessoria Jurídica da Prefeitura.

 

ENTRAVE LEGAL

Os secretários explicaram as dificuldades legais para o envio à Câmara do projeto de lei que estabelecerá uma nova fórmula de trabalho dos médicos preceptores dos estudantes de medicina na rede pública municipal. As regras teriam de ser aprovadas pelo Conselho de Gestão da Carreira do funcionalismo municipal. Como esse órgão ainda não foi constituído, busca-se outra opção para validar temporariamente a preceptoria. Uma nova reunião será realizada na próxima segunda-feira (29) na prefeitura para tentar equacionar o problema.